26 de março de 2012

Um Hino Gafanha da Nazaré (poemas concorrentes)

Passamos a apresentar, por ordem alfabética do nome dos autores, os restantes poemas concorrentes ao concurso "Um Hino à Gafanha":


Gafanha da Nazaré
Do Forte da Barra
E do Santo André
Navio coragem
De garras nos sonhos
Nos ventos, na aragem;
Labores sem tamanhos

Regada de mar
De porto e partida
Chorada ao chegar
Nos abraços da vida

Terra de sal e de sol
De amarras e anzol
De redes, de gentes,
De barcos, sementes

Semeada no tempo
Perdido da história
Floriste em momento
De Abril e de glória

Cidade e jardim
Nascida do mar
Tu és para mim
Uma estrela a brilhar...


                                 António Almeida Dinis


Nascida do nada
Areal inóspito
Que no propósito
De povos felizes
Foi criando raízes
Tiradas à ria e ao mar.

Conceberam naus
Que mares sulcaram
Navios carne pescaram
O País alimentaram
Enfrentando tormentas
Nunca dantes passadas.
Mestres da coragem
Ousadia e saber
Fizeram esta terra
Grandiosa crescer.

Gafanha da Nazaré
Eis a terra que ora e canta
A tanta gente espanta
De beleza sem par
Assim seu futuro é
Aquilo que hoje encanta
Amanhã radiante
Princesa à beira mar.

Gafanha da Nazaré
De pé, ao pé da fé
De pé, ao pé da fé
Nasceu Gafanha da Nazaré.

Gafanha da Nazaré
De pé, ao pé da fé
De pé, ao pé da fé
Cresceu Gafanha da Nazaré.

Seu farol altaneiro
É bússola de marinheiro
Oudinot pioneiro
Suaviza a canseira
Embeleza à maneira
À vista primeira.

Gente da terra
Da ria e do mar
Que soube sem guerra
Com denodo desbravar
Ao longo dos anos
Areias e oceanos.

Fizeram deste canto
Beleza sem igual
A coisa mais linda
Admirável de Portugal.


                                         Cândido Casqueira


Da areia fizeste o chão
Dá-te o sol beijos e brilhos;
Mar e terra dão-te o pão
Que pões na mesa aos teus filhos.

Na seca e no campo ganhas
O sustento e o respeito
Que na terra das Gafanhas
É jóia de pôr ao peito.

O teu home é pescador
Com dóri no mar sem fim
Mas também é lavrador
Que faz da terra um jardim.

Trazes a saia bordada
Com a espuma da maré;
És mulher, mãe asseada
Gafanha da Nazaré!

Vão pescar o bacalhau
Teus homens p’ra terra estranha
Levando o sol e o sal
Desta terra da Gafanha.

Quando o barco volta ao cais
E vai para a seca o peixe
Se abraçam filhos e pais
“Ó paizinho não me deixe!”

Praias de junco e marinhas
Que a ria beija e abraça
Que o moliceiro à tardinha
Enfeita co’ a sua graça.

Um povo nobre e honrado
E este mar que é o teu encanto;
Ó chão sempre semeado
Por isto eu te amo tanto! 


                                Domingos Freire Cardoso

Há muito, muito tempo,
A Gafanha não existia
Só areias brancas… junto à Ria…
Passados muitos anos,
Linda Freguesia e cidade,
Bela Gafanha da Nazaré,
P’ra nós a mais formosa,
O Atlântico a seus pés… vaidosa.

Aos botes, aos botes,
Mares gelados da Terra Nova,
Ao arado, ao arado,
Extensos areais a cultivar,
Bravos marinheiros-lavradores,
Gafanhões difíceis de vergar.

Terra de mil gentes,
Veleiros, velas aos ventos,
Carregados de “fiel amigo”,
A Guarita e o Forte,
guardiões  da nossa Ria
E sobre o Atlântico,
O Farol da Barra altaneiro,
Aponta o Porto de Aveiro.

Aos botes, aos botes,
Mares gelados da Terra Nova,
Ao arado, ao arado,
Extensos areais a cultivar,
Bravos marinheiros-lavradores,
Gafanhões difíceis de vergar.

                             Humberto Rocha


A nossa Gafanha
De indústria tamanha
Tem povo com alegria
Em nossas secas cantando
E trabalhando dia a dia
E se um barco chega
Da faina do mar
Como já é tradição
Casais abraçados
Vão matar saudades
Da longa separação

Gafanha da Nazaré
Cidade em crescimento
Tens os teus barcos pesqueiros
Sempre, sempre em movimento
E o cheiro a maresia
Que vai pairando no ar
É o amor que sente a ria
Quando vai beijar o mar

Bem virado ao norte
Temos belo forte
Com seu jardim sem igual
E vemos lindas paisagens
Famosas em Portugal
E um barco museu
Com um guia seu
Sempre disposto a mostrar
Toda a engrenagem
Que envolve a viagem
De seis meses a pescar

Gafanha da Nazaré
Bonita por natureza
Com traineiras navegando
Mostrando sua beleza
E os barcos atracados
De mãos dadas, par a par
Fazem lembrar namorados
Dando beijos ao luar.

                                            Maria da Luz Araújo


 

1 comentário:

  1. Os textos que aqui se podem ler, acompanhados de fotografias a propósito, conseguiam mostrar que as referências que serviram de inspiração efectivamente existem.

    Parabéns aos concorrentes.

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