29 de março de 2012

POLUIÇÃO DO PORTO DE AVEIRO

De há alguns anos para cá, temo-nos vindo a sentir ameaçados pela poluição produzida no Porto de Aveiro. A ADIG, como Associação vocacionada para defender os direitos e interesses da Gafanha Nazaré, tem procurado saber a razão porque, há tanto tempo, e após inúmeros protestos, continuamos a ser bombardeados por poeiras que nos entram sem convite em casa, para além de afectarem a saúde da população da Gafanha da Nazaré.

Já contactámos a APA, por duas vezes, que se limitou a dar-nos a conhecer as medidas implementadas para tentar atenuar os efeitos nefastos da poluição por si produzida, francamente insuficientes para atenuar tão grave problema. Basta passar a mão por cima do tejadilho dos automóveis para se ver a porcaria que anda no ar.

Acabámos de enviar outro ofício à APA, tentando fazer-lhes ver que é tempo de repensarem as técnicas anti-poluição até aqui utilizadas no Porto de Aveiro. Os gafanhões começam a sentir-se cansados com tanta imobilidade da parte da APA em solucionar um problema que nunca deveria ter existido, com a agravante de não se ouvir um protesto público da parte da CMI nem da nossa Junta de Freguesia. Por que será?!

5 comentários:

  1. Porque será???... perguntamos nós todos... Graça Oliveira

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  2. Não digo que as autoridades não tenham razão quando dizem que têm que encerrar os lavadouros públicos, porque eles são um atentado ambiental, mas estas poeiras que se dispersam no ar que respiramos,e caiem sem autorização em tudo o que é sítio, não serão um atentado ambiental com consequências muito mais graves para grande parte da população da Gafanha da Nazaré????
    Aldina Casqueira Guimarães

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  3. ...pois eu acho que não têm razão nenhuma... fechar os lavadouros públicos com esse fundamento e não outro, é decididamente, no meu entender, como já o afirmei, atirar areia para os olhos do povo, descaradamente e sem qualquer respeito pela história da região e não só...são meras desculpas esfarrapadas...quanto às outras areias/poeiras, há dias em que para circular no estacionamento junto ao ferry, temos de usar burka, qual árabe, para que os nossos pulmões não sejam bombardeados com aquela poeira que paira no ar...uns dizem ser biomassa, outros serrim,sei lá eu qual o nome técnico daquilo... o que eu sei é que mal podemos respirar e as nossas roupas e os carros ficam num estado lastimável...que venham especialistas, ambientalistas, quem quer que seja e vejam, vejam se isto é ou não um verdadeiro atentado, ao ambiente, à saúde, ... saiam dos gabinetes, caramba, venham sentir no terreno, façam alguma coisa!!! Graça Oliveira

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  4. A Gafanha está a pagar um preço elevado pelo desenvolvimento da região ou, posto doutra forma, a dar um tiro no próprio pé. Note-se que sou apologista do desenvolvimento e modernização mas, sempre feito dum modo sustentável e com respeito pelo passado cultural dum povo e sem pôr em causa o balanço dos eco-sistemas envolventes. Contrapartidas para a Gafanha, que deveriam existir(Alindamento da cidade com locais ajardinados e propícios ao lazer da população, saneamento, requalificação de vias tendo em conta a segurança de peões e ciclistas, etc.) não se vislubram. Cenário que faz lembrar, por análogo, as poluídas Seixal e Barreiro de fins séc XX em proveito da Região de Lisboa. Aqui, no nosso caso, as mais beneficiadas a serem Ílhavo e Aveiro. Sem alguma conotação partidária, relembro o Dr. Humberto Rocha, um dos poucos, na altura, a levantar a voz contra a destruição do Esteiro Oudinot com o seu adjacente jardim que, do Forte até à Ponte do Egas, poderiam servir duma barreira natural aos agravos provenientes duma estrutura como o Porto Comercial. Num futuro próximo protecção, também, da "Besta" de Indústria Pesada e altamente poluidora que se irá instalar nos terrenos onde hoje está o areal (já) de má memória .
    Impôe-se questionar o que será qualidade vida. Apenas ter em conta o factor económico e desvalorizar de todo a necessidade dum ambiente sadio e propício à vivência do ser humano? Talvez que a virtude esteja no balanço dessas duas componentes...Assim haja discernimento na população da Gafanha para lutar pelo seu bem estar e que o futuro encerre para a liderança da Câmara Municipal de Ílhavo gente Honesta e de Carácter Altruista que ouça os seus munícipes e nao se esgote em devaneios efémeres e inconsequentes.
    Valter Magueta

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  5. Eis um poema de Manuel Bandeira, muito pertinente, sempre actual, que gostaria de partilhar com as gentes da Gafanha....
    V. Magueta


    Poema de Manuel Bandeira

    Saí menino de minha terra.
    Passei trinta anos longe dela.
    De vez em quando me diziam:
    Sua terra está completamente mudada,
    Tem avenidas, arranha-céus...
    É hoje uma bonita cidade!

    Meu coração ficava pequenino.

    Revi afinal o meu Recife.
    Está de facto completamente mudado.
    Tem avenidas, aranha-céus.
    É hoje uma cidade bonita.

    Diabo leve quem pôs bonita a minha terra!

    Manuel Bandeira

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