16 de julho de 2012

LIMITES DA FREGUESIA DA GAFANHA DA NAZARÉ

Razões da Nossa Indignação
 
Como sabemos, a freguesia da Gafanha foi criada por Decreto Real de 23 de Junho de 1910. Interpretando à letra o referido Decreto, a freguesia acabada de criar englobava toda a península da Gafanha até ao limite do concelho de Vagos! Por essa razão, o Governador Civil de Aveiro mandou proceder à delimitação da nova freguesia da Gafanha, então designada por Cale da Vila ou de Nª Srª da Nazaré, o que é prova insufismável da existência e da veracidade do Auto de Delimitação de 1 de Maio de 1911, que alguns teimam em desmentir ou ocultar.

Aquando da criação da Colónia Agrícola da Gafanha pelo Decreto-Lei 27207 de 16/11/1936, esta ficou localizada em área das freguesias da Gafanha da Nazaré (a parte mais significativa e com maior número de fogos), da Gafanha da Encarnação e Gafanha de Aquém (S. Salvador).

Até 10 de Dezembro de 1956, o culto da capela de Stº Isidro, padroeiro dos agricultores (hoje Srª dos Campos), esteve a cargo da paróquia da Gafanha da Nazaré. Só nessa data, por iniciativa do Bispo da Diocese de Aveiro, foi celebrado um "acordo de cavalheiros", a que chamaram Decreto, entre os párocos das três paróquias envolvidas (Nazaré, Encarnação e Ilhavo), que terminava assim: "(...) a Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, como se encontra constituída, ficará pertencendo, desta data em diante, à freguesia de Ilhavo" – como sabemos esta freguesia não existe(!) – por ser aquela que tinha mais padres disponíveis. Foi este acordo que levou os Ilhavos a considerarem-se donos da Colónia, como se esse acordo entre membros da Igreja fizesse lei, como lhes convém!
 
Vários documentos complementares, comprovam a força da nossa razão, a saber:

- Uma escritura pública lavrada em 23/02/1939, na Secretaria Notarial de Aveiro, refere que uma propriedade situada junto ao aqueduto da vala por onde esgotava a fábrica Paolo Cocco, se encontra registada na CRP, em Remelha da freguesia da Gafanha da Nazaré (se a formos agora pedir, é-nos fornecida como de pertencesse à freguesia de S. Salvador!);
    
- O Ministério da Agricultura refere no Alvará de Cedência dos terrenos do Complexo Desportivo em 1976, como sendo uma parcela situada no Centro de Colonização da Gafanha, na freguesia da Gafanha da Nazaré; 

- Outra escritura pública lavrada no 1º Cartório da Secretaria Notarial de Aveiro, em 29/04/1981, refere o Casal 39 (confinante a poente com Schoenstatt), como freguesia da Gafanha da Nazaré; 

- A Escola primária da Colónia Agrícola, aquando da sua criação, integrou a rede de escolas da Gafanha da Nazaré. Era assim que aparecia nos concursos para professores; 

- A GNR sempre foi designada oficialmente por Guarda Nacional Republicana da Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré; 

- Vários outros documentos oficiais, mencionam a Colónia Agrícola da Gafanha ou da Gafanha da Nazaré.

Relativamente à BARRA:     

- Em 1949, procedeu-de à Delimitação da Quinta da Barra pelo norte e nascente. Tratava-se de uma propriedade indivisa da firma Azevedo & Rocha, Lda, sita na freguesia da Gafanha conforme escritura de posse, lavrada em 1860 e que se estendia a partir de 50 m do actual paredão da Meia-Laranja, pela poligonal da ria a nascente, até convergir com a curva da EN 109/7, nas proximidades da actual Biarritz! Quem não se lembra da chamada Quinta do Quintino, actual Parque de Campismo da Barra?... 
Essa quinta foi a última parcela da Quinta da Barra!
 
Este arrazoado foi o resultado de uma pesquisa exaustiva a cópias dos vários documentos que tenho em meu poder.
 
 
Um povo que não conhece a sua história,
é um povo sem futuro!...

Gafanha da Nazaré, 16 de Julho de 2012

Armando Cravo

1 comentário:

  1. ...muito obrigada! ...há quem fale por falar...têm facilidade de exposição, de argumentação...precisam de protagonismo a qualquer preço...mas, de verdade, NADA SABEM. Deturpam a verdade, boicotam, usam um discurso intencional, com duvidosas postutras optimistas, com o único objetivo de camuflar, o que tem que ser clarinho como a água...Felizmente que ao contrário destes, há outros, como Armando Cravo, e não são tão poucos como isso que, quando falam fazem-no fundamentados em vivências próprias, muita pesquisa, muito, muito trabalho...é tempo da CMI OUVIR pessoas credíveis, sérias,honestas ou seja, os Gafanhões! Parabéns Armando Cravo - graça oliveira

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