Sábado, dia 27 de Novembro de 2011, pelas 9H45 da manhã, a Gafanha da Nazaré andou em alvoroço por causa dos sons estridentes das sirenes que nos chegavam vindos dos lados da borda!
Só mais tarde viemos a saber que tudo não passava de um simulacro destinado a testar “a capacidade de resposta e prontidão do Plano de Emergência do Porto de Aveiro”. Segundo a imprensa local, os responsáveis por esta iniciativa congratularam-se com o êxito da operação. Isto é, para as autoridades envolvidas, os gafanhões podem continuar a dormir descansados.
Bom era que assim fosse. Como podemos dormir descansados, se aqueles que têm por missão defender-nos não se preocuparam com questões fulcrais? Por exemplo, se houver derramamento de um produto tóxico, que dizem proliferar à margem da Ria a Norte da Gafanha, como será avisada a população? As pessoas deverão permanecer em casa ou abandonar a cidade o mais rapidamente possível? Será preciso usar máscara? E se for preciso evacuar a cidade, foge-se para onde? Pode-se foguear? Que preparação tem a GNR, ou a Protecção Civil, para actuarem atempadamente junto da população numa situação de emergência? Então como se pode falar de êxito de uma operação como esta?!
Para que tudo decorra o melhor possível, envolvam os gafanhões nestes exercícios. Preparem-nos para qualquer eventualidade séria. Ensinem-nos a fugir para o sítio certo. Façam palestras elucidativas sobre este assunto. Esclareçam a população sobre os perigos reais do Porto de Aveiro. É mais sensato e mais honesto do que agir como a avestruz quando em situações de perigo. Há que pensar, a sério, num “Plano Estratégico para a Defesa da Gafanha da Nazaré”. E não será assim tão difícil, nem oneroso, fazê-lo. Vejamos dois exemplos:
1) Deve existir um alarme sonoro e luminoso, conhecido pela população, que nos previna que algo de anormal se está a passar no Porto de Aveiro;
2) Umas vez alertadas, as pessoas poderiam socorrer-se da Rádio Terra Nova – com informações dadas pelas autoridades a toda a hora – a fim de os habitantes desta freguesia saberem como actuar em qualquer situação de emergência.
Só isto, pode estabelecer a diferença entre uma calamidade e a salvação de muitas pessoas. Como até aqui é que não! Os acidentes não se fazem anunciar. Acontecem! Depois de nada vale chorar sobre o leite derramado. Já pode ser tarde de mais...
Fica à consideração da Administração do Porto de Aveiro, da Câmara Municipal de Ílhavo, da Junta de Freguesia, das Corporações de Bombeiros e da Comunidade da Gafanha da Nazaré, a mais interessada neste assunto.
Até hoje ainda ninguém me conseguiu mostrar a utilidade destes simulacros préviamente marcados, onde todos os intervenientes estão preparados para actuar. Concordo plenamente com este artigo e dou os meus parabéns a quem o escreveu por o achar muito útil e oportuno.
ResponderEliminarAldina Guimarães
Concordo plenamente com a opinião do redactor!...
ResponderEliminarPara as autoridades, não deve de contar só o sucesso teórico do simulacro... As populações têm na realidade de ser parte interventiva, porque parte destas operações dirigem-se ou deviam dirigir-se a elas!... Em caso de sinistro, salvar-se umas instalações ou um barco, não é comparável ao valor da pessoa humana. Ou para alguns será?!.....